CARRETERA AUSTRAL
04/04/2019 - 23:55
Monte Hermoso - Colônia del Sacramento



Acordamos com a frente fria passando por nós. A chuva logo passou e estava seguindo rumo igual ao nosso: para o norte! Qual a velocidade da frente fria e da chuva no seu rumo norte? Menos do que a de nossas motos... andamos por mais de 100km visualizando a chuva a nossa frente em uma abertura nas nuvens que mereceu uma foto: " o caminho do céu"! Olhem "a foto"! Mas infelizmente alcançamos a frente e a acompanhamos pelos próximos 400km... dia de estrada, perigos, caminhões em excesso e foto nenhuma. Pelo menos, na chegada à grande Buenos Aires, a frente se dissipou... Bom motivo para o GPS regulado pelo Joãozinho nos levar por uma tour por tudo que há de pior das megalópoles cucarachas... Dia para pensar por horas molhado e embaçado... Todos nós na infância sonhávamos com um velocímetro a vento! Sim isso existia e equipava as bicicletas dos bacanas! Então algum privilegiado ganhava de Natal ou aniversário o tal velocímetro e equipava sua Monareta, sonhando em alcançar a velocidade mágica e estarrecedora das Caloi 10 da época: 60km por hora!!!! Lenda difundida pelos guris mais velhos e absorvida pelos mais novos inocentes como dogma! Aí vinha o dia do teste final! Esta data era mais importante que a final da Copa do Mundo ou da aterrissagem na Lua. O guri escolhia a maior ladeira do bairro e posicionava sua Monareta ou Bicicleta Tigrão (na época ninguém sabia o que era bike) contra o vento para já sentir a velocidade sem dar nenhuma pedalada... 10 a 15km/h sem sair do lugar e muito perto do objetivo lendário... Dada a largada, pedalava como louco e o velocímetro ia até uns 30 ou 35 no máximo, exigindo o guri à exaustão e a arriscar a própria vida passando por esquinas monitorada pelo irmão bocó mais novo. Sonho de escutar o "ploc" do rompimento da barreira do som... mas o único som ouvido era do "ploc" do rompimento dos pulmões no pneumotórax... Todos nós fomos influenciados por esses momentos da infância que nos fez querer continuar brincando na vida adulta... Os Guaipecas não tem muitas dicas de como melhorar as motos ou a pilotagem. Para isso existem dezenas de revistas e sites de especialistas ou, pelo menos, pessoas muito mais capacitadas do que nós. Nós podemos ajudar a aqueles que querem se incomodar com uma moto! Temos várias dicas adequadas, comprovadas, repetidas e até difundidas.... 1- comprar pneus de off top para dirigir milhares de quilômetros no asfalto e 100 no rípio. É como usar manteiga para lixar uma parede. Se desgastam em poucos quilômetros e no asfalto molhado viram esquis nas patas de um urso sobre o gelo fino. By Cláudio. 2- equipar a moto com caixotes "like" BMW para poupar uns tostões e deixar a moto mais larga que um Landau, para "facilitar ultrapassagens e dar estabilidade". By Roque. 3- usar polainas de motoboy que deixam as botas sequinhas e os pés completamente molhados. By Moreschi 4 - encher a moto de parafernálias de uso improvável e infinito que provoca um problema na instalação e dois na sua retirada. By Claudio 5 - levar para passear por 8mil quilômetros um reservatório de combustível sempre vazio, que sem dúvida não tem utilidade nem como aparador de portas por ser leve. By Tuca 6 - ter um GPS no qual não acredita e se guiar pelo Waze do Joãozinho. By Zé 7 - comprar uma roupa de chuva dois números abaixo para se degladiar com ela no acostamento da estrada sob a vista de alguns e a ajuda de vários. By Mauro...



Fotos